domingo, junho 17, 2007

AACariri_blog


Caros amigos cineastas
É com grande prazer que abrimos este novo espaço, somado à nossa lista de discussão, para todos os interessados em debater e propor idéias para os rumos do Cinema no Cariri.
O blog também deverá servir como nosso espaço multimídia, apresentando notícias, vídeos e divulgando os projetos da Associação de Audiovisual do Cariri - AAC.

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Envie-nos e-mails caso queira colaborar com informações e novidades para o audiovisual em nossa Região. Escreva para: glauco.vieira@gmail.com (com título "AACariri_blog")

abraços

Glauco Vieira
moderador_AACariri_blog

3 comentários:

Docariri disse...

+ 1!

Bacana mesmo a abertura desse espaço, assim aproxima mais os interessados e divulga melhor as produções e os trabalhos da galera toda.

Nessa minha primeira participação, indico as exibições de filmes comentados que o Professor Titus está realizando aos sábados no departamento de História da URCA- Universidade Regional do Cariri.

Nesse sábado foi apresentada a produção do Cineasta caririense Rosemberg Cariry e, para os próximos serão exibidos Filmes Russos e cubanos (dia 23) e a produção de Glauber Rocha.

Agora é com vcs!

Franklin Lacerda
Diretor da AAC

Anônimo disse...

Glauco, já enviei uma apreciação do seu curta via e-mail.Estou esperando retorno!A expectativa de uma espectadora leiga em cinema!
Graça Oliveira

Graça Oliveira disse...

TAMBÉM SOU TEU POVO

Imagem noturna da romaria do Juazeiro, corredores de casas, bancas de feiras cobertas, nada de presença humana, só uma câmara teimosa que registra o que quer que os olhos pensem. É esse o início do documentário “Também sou teu povo”. Uma abertura, num desenrolar de memórias e narrativas que em pouco espaço de tempo consegue vislumbrar o lado implícito do óbvio.
E a câmara continua, agora, insistindo em cenas particularizadas, destacando closes de imagens e estátuas religiosas, contrapondo-se com acessórios travestis, abrindo margem para um conflitante diálogo entre o religioso e o profano. Este último,por mais surpreendente que nos pareça, é o que vai predominar toda a cena. O que parecia ser um embate entre pecado e santidade toma outras proporções na progressão da película.
Daí, a inteligente estratégia do diretor, ao permitir que a voz dos sujeitos-travestis possa ser falada sem nenhuma intervenção de narradores. A desconsideração pela polifonia, nesse sentido, faz toda a diferença e pertinência com a denominação do documentário: “Também sou teu povo”. Há, assim, um sujeito que fala, por isso o verbo em primeira pessoa, impossibilitando a inscrição de outros discursos. É visível a inversão do papel do sujeito do cântico original, Povo de Deus, relido em outra perspectiva no documentário, uma vez que não é mais o fiel religioso que se dirige ao seu Deus, mas homossexuais, que excluídos eclesiasticamente, passam a lembrar a esse mesmo Deus que igualmente é partícipe do seu projeto salvífico.
Ao assistirmos o documentário, temos a certeza de que o título não é apenas um mero recorte do cântico religioso “Povo de Deus”, mas uma expressiva resignificação desse discurso, transpondo-o para uma outra dimensão semântica, acrescida de intensa carga irônica.
O termo “também” adquire um sentido profundo, é ele que denuncia a questão de se pretender incluso,além de apresentar uma forte marca argumentativa, no intuito de convencer o interlocutor da razão que o leva a fazer parte do ranking dos incluídos. Interessante se faz ressaltar que mesmo estando à margem dos ditames religiosos, esses excluídos portam dentro de suas histórias, resquícios de religiosidade culturalmente adquiridos.
E o documentário termina, não como começa, mas deixando o espectador inquieto, pois nunca mais ouvirá o cântico “Povo de Deus” como antes o ouvia, uma vez que, a curta provoca uma outra percepção,agora, direcionada para o grito dos que por terem opção sexual diferente, acabam sendo vítimas das preconceituosas opções, dos que, em nome de Deus, destituem a dignidade do ser.
“Também sou teu povo” nada mais é, do que um eco imagético de uma procissão de silenciados, mas não silenciosos. O documentário passa a assumir uma grandeza na sua curta duração,possibilitando olhares com percepções plurais.




MARIA DAS GRAÇAS DE OLIVEIRA COSTA RIBEIRO
(Escola Agrotécnica Federal de Crato –Ce)